Um dos desafios mais importantes do século XXI é satisfazer a procura mundial de biomassa produzida de forma sustentável, tanto para o sector alimentar como para o crescente setor de bio produtos. O aumento da utilização de água doce para a agricultura e a perda de terras agrícolas devido à salinidade são preocupações relacionadas. A Salicornia europaea é cultivada comercialmente na UE pelas suas pontas frescas, que são comestíveis como salada (samphire de pântano).

É uma planta halófita e pode crescer em terras salinas sem necessitar de água doce para irrigação. Quando cultivada como vegetal, apenas as pontas frescas são utilizadas enquanto a parte lenhosa da planta é considerada um resíduo. Atualmente, os agricultores europeus estão a utilizar parte do resíduo fibroso para emendar o solo e secar as fibras para produzir sal de ervas. No entanto, a quantidade de resíduos para o produto alimentar é grande (aproximadamente 80%) e o teor de sal do resíduo é um problema quando usado para emenda do solo, uma vez que devolve o sal ao solo. Há um grande desejo dos agricultores de Salicórnia de aumentar o valor desta fração, de acordo com os princípios da economia circular. A parte dos resíduos lenhosos de Salicornia foi investigada como fonte de produtos farmacêuticos e nutracêuticos devido ao seu elevado teor de fitoquímicos, por exemplo, ácidos hidroxicinâmicos (HCA). Para ajudar a aumentar a agricultura de Salicornia, existe um desejo de valorizar estes resíduos através da produção bioquímica e bioenergética. O projeto irá também examinar a combinação da aquacultura e da cultura da Salicórnia criando sinergias tais como a formulação e teste de alimentos funcionais ricos em fitoquímicos para peixes e a formulação e teste de alimentos ricos em proteínas e lípidos para peixes. Os resultados deste estudo permitirão aos piscicultores e aquacultura de Salicórnia utilizar todas as frações da biomassa produzida e produzir HCAs de valor acrescentado, rações funcionais para peixes, e bioenergia. Isto irá criar novas indústrias circulares com a coprodução de alimentos, fármacos, e bioenergia a partir deste novo tipo de cultura sustentável com muito pouca ou nenhuma produção de fluxos de resíduos.