As florestas marinhas formadas por ervas marinhas e macroalgas são importantes reservatórios de carbono à escala global, tendo uma elevada capacidade para sequestrar e armazenar carbono na sua biomassa e sedimentos, conhecido como “carbono azul”. Embora as pradarias de ervas marinhas sejam amplamente conhecidas pela sua capacidade de remover CO2 e partículas de matéria orgânica da água e armazenar quantidades significativas de carbono orgânico nos seus sedimentos, a importância global das florestas de macroalgas para o sequestro de carbono continua a ser pouco compreendida. De facto, as macroalgas crescem geralmente em substratos duros que não têm potencial de enterramento de carbono, mas podem ser importantes doadores de matéria orgânica para os sedimentos dos oceanos mais profundos.
Apesar da sua importância, as florestas de carbono azul sofreram um declínio global nas últimas décadas, principalmente devido à exploração severa das zonas costeiras, com a consequente perda de todos os serviços ecossistémicos associados. Portanto, há uma urgência crescente em implementar a reflorestação das florestas azuis para recuperar o seu capital natural, mitigar os efeitos das alterações climáticas através da remoção do CO2, proporcionando ao mesmo tempo benefícios suplementares para as pessoas e a natureza.
O projecto Blueforests tem como objectivo melhorar o conhecimento e testar inovações tecnológicas para recuperar as florestas marinhas portuguesas de macroalgas e ervas marinhas, melhorar os seus serviços ecossistémicos, e contribuir para a construção de uma economia azul sustentável baseada em capitais naturais marinhos resilientes e abundantes. Serão desenvolvidas, testadas e optimizadas novas tecnologias para restaurar as florestas marinhas portuguesas, incluindo modelos para revelar os melhores locais de reflorestação marinha e implementalão de novas técnicas de plantação. A contribuição das florestas marinhas portuguesas para o sequestro de carbono azul e, consequentemente, para a mitigação das alterações climáticas, será também quantificada, bem como o valor económico dos serviços ecossistémicos por elas prestados.
Os objectivos específicos da Blueforests são i) testar novas tecnologias para restaurar as florestas marinhas portuguesas em zonas adequadas onde tenham desaparecido, tais como a produção de “green gravel” (ou seja cascalho natural semeado com as espécies-alvo), a utilização de malhas biodegradáveis para estabilizar os sedimentos dos transplantes de ervas marinhas e a utilização de estruturas artificiais costeiras e offshore existentes; ii) avaliar a contribuição das florestas marinhas portuguesas para o sequestro de carbono, estimando os stocks de carbono azul costeiro e as taxas de enterramento; iii) quantificar os serviços ecossistémicos e o capital natural fornecido pelas florestas marinhas portuguesas, incluindo o fornecimento de alimentos, sequestro de carbono, protecção contra eventos extremos, purificação da água e serviços culturais; iv) maximizar a visibilidade das realizações científicas através da comunidade científica, dos decisores políticos e do público em geral.
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