Uma fração considerável das populações humanas habita regiões costeiras e depende crucialmente dos recursos e serviços fornecidos pelos ecossistemas marinhos. Historicamente, a pesca tem sido um recurso central que fornece uma fracção substancial da ingestão alimentar humana, nomeadamente nutrientes vitais para a saúde humana.

Desenvolvimentos mais recentes abriram novos horizontes para a exploração dos recursos oceânicos, nomeadamente os relacionados com descobertas em biotecnologia ou novas fontes minerais sem hidrocarbonetos nos ecossistemas de águas profundas. Esta última tem sido cada vez mais reconhecida como uma importante fonte de minerais e de biomoléculas biotecnológicas. A limitada informação disponível sobre ambientes de alto mar implica um grande esforço na aquisição de conhecimentos científicos de base para assegurar uma exploração sustentável e responsável dos recursos de alto mar. Neste contexto, o desenvolvimento de ferramentas tecnológicas e sensores adequados é uma tarefa fundamental. O projeto concebido pelo CIIMAR e INESC TEC, CORAL – Exploração Oceânica Sustentável: Ferramentas e Sensores, estabelece como objetivo central abordar a exploração sustentável dos recursos marinhos no sentido de satisfazer as necessidades da sociedade e de propor soluções orientadas para o desafio em ambientes de alto mar. Isto implica a melhoria do conhecimento dos processos naturais que regem a dinâmica dos oceanos e as funções dos ecossistemas, bem como as principais forças que impulsionam as mudanças dos ecossistemas, tanto à escala regional como global. Esta abordagem está também diretamente ligada à nossa capacidade de “medir” os recursos e o impacto da sua exploração, e finalmente de explorar com um impacto ambiental mínimo. A nossa capacidade de interpretar esta “tríade” conceptual, Ecossistema – Recursos – Ambiente, depende em grande medida da capacidade de desenvolver novas ferramentas para medir in situ os recursos, recolher amostras à distância para análise, desenvolver novos padrões de avaliação ambiental em novas fronteiras, tais como o mar profundo, e assim desenvolver capacidades de detecção capazes de diagnosticar variáveis vitais para os organismos vivos em condições de cultivo (por exemplo, aquacultura), mas também de antecipar exatamente os impactos negativos nos seres humanos e na vida selvagem através do desenvolvimento de sensores biológicos.

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